domingo, 11 de julho de 2010

Viagens

Há viagens que nos transferem de espaço geográfico e nos mostram lugares físicos, pessoas, culturas.

Há viagens interiores que elas próprias nos atravessam e se nos impôem, com mais ou menos dor e então num repente, no tal momento de viragem, consciencializamo-nos que aprendemos algo vital que nos estremece por dentro (e não paradoxalmente apercebemo-nos que temos tanto caminho a fazer e tanto a aprender) e que dali para a frente tudo mudará. Nós mudámos e através de nós o mundo mudou também.

Há viagens simbólicas que nos levam de um ano de vida a outro. Enquanto faço o meu próprio bolo de aniversário e oiço a divina música, salteio até ao blog, mais uma viagem.

A esta hora há 43 anos eu estava quase a iniciar nova viagem e a sair da minha mãe a ferros - afinal estava lá bem, não queria viajar. Aborrecida com o desplante de me importunarem, quando me vi cá fora chorei o resto da noite até ser manhã. Que maldade, tirarem-me - e à força - da que foi minha casa por 9 meses! Para um nativo do Caranguejo como eu, pode ser traumatizante.

O bolo de ananás é uma receita que viajou de Angola, que faço há muitos anos e que tem granjeado elogios à minha veia culinária. Amanhã compro uma vela cor de rosa que será - metaforicamente (mais uma viagem) falando - a cereja on the top of it!